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segunda-feira, 24 de abril de 2017

A reprodução do cancão na caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns aspectos da reprodução do cancão na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.













Os fatos

O cancão com suas cores pretas e brancas é uma das mais belas aves da caatinga. Seu canto é forte e marcante. É um pássaro muito curioso e quando percebe qualquer coisa estranha começa a cantar, para chamar a atenção dos outros animais. Normalmente o cancão anda em bando de 3 pássaros. Parece que o grupo é o que nasce em cada ninhada. Para fazer o ninho, o cancão recolhe pequenos gravetos no chão da caatinga e levar para uma árvore onde faz o ninho, de preferência, jurema, umburana e imbuzeiro. O ninho frequentemente é abandonado. Normalmente são encontrados 3 a 4 ninhos onde eles não realizaram a postura porque alguma coisa assustou os pássaros. O período de postura ocorre geralmente de janeiro a março, contudo em anos de seca, a reprodução pode estende-se até o mês de abril e maio Normalmente, põe três ovos que geram filhotes aproximadamente aos 20 a 28 dias. Quando os filhotes nascem, há uma intensa disputa por alimento e muitas vezes sobrevivem apenas dois, embora os filhotes sejam alimentados por todos os membros do grupo. O filhote nasce com uma membrana sobre os olhos que cai nos primeiros 5 a 7 dias. Como o ninho é muito pequeno e raso, muitas vezes não acolhe devidamente os filhotes quando crescem. Um fato muito curioso é que o cancão retira ou consome todos os excrementos dos filhotes. Não são encontrados restos de fezes ou de alimentos na proximidade do ninho do cancão. Talvez essa prática seja para não despertar os predadores. O cancão alimenta-se de quase tudo que encontra na caatinga, más da preferência a ovos de outros pássaros e larvas de insetos encontradas em ocos e em baixo das folhas que caem ao chão. Na caatinga, este pássaro é o principal consumidor dos frutos das cactáceas, tais como, mandacaru, xiquexique, facheiro e do imbuzeiro e da umburana. No imbuzeiro o cancão consome muitas sementes.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Crescimento do imbuzeiro aos 19 anos



As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma planta de imbuzeiro aos 19 anos de crescimento. As fotografias foram obtidas no Campo Experimental da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE em abril de 2017.







Os fatos
Na região semiárida do Nordeste brasileiro a agricultura convive com uma série de adversidades, tendo na escassez dos recursos hídricos, sua principal restrição. Por outro lado, fatores de natureza, física, biológica e socioeconômica tem contribuído para que a produção agrícola não atinja os objetivos desejados. Todavia, algumas plantas nativas da caatinga, de modo especial, o imbuzeiro ou umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda.) tem adaptando-se as intempéries climáticas que assolam a região e apresentado boa produção, possibilitando  o extrativismo do seu fruto pelos pequenos agricultores. Na época da safra do imbuzeiro, os agricultores promovem a colheita dos frutos e os vendem para consumo “in natura” ou em forma de doces e geleias. Embora essa planta tenha grande importância para região, poucos estudos têm sido realizados procurando conhecer melhor os aspectos do seu crescimento. Com o objetivo de conhecer melhor o crescimento de plantas de imbuzeiro nas condições naturais da caatinga, vem sendo realizado um estudo nos últimos 19 anos. Os resultados obtidos aos 19 anos de crescimento de uma planta de imbuzeiro são os seguintes:  altura média da planta de 3,0 m; diâmetro basal do caule ao nível do solo foi de 20,43 cm e circunferência do caule ao nível do solo foi de 46,0 cm. A altura média da copa foi de 2,93 m. O maior e o menor diâmetro da copa foram de 11,21 e 8,89 m, respectivamente. As raízes horizontais e verticais mediram, em média, 12,34 e 2,34 m, respectivamente.  O maior diâmetro das raízes foi de 12,38 cm. As plantas apresentaram, em média, 29 raízes principais. O peso médio das folhas verde foi de 38,49 kg. Os galhos pesaram, em média, 182,34 kg, com volume de 161,3 cm3. O peso verde das raízes foi de 44,93 kg e  volume de 34,5 cm3. Foram encontrados, 1.711 xilopódios por planta. O peso médio dos xilopódios por planta foi de 441,21 kg. O maior xilopódio apresentava um comprimento de 49,17 cm e diâmetro de 26,89 cm. O xilopódio mais pesado foi de 5,76 kg e o de menor peso foi de 1,16 g. Com 19 anos de crescimento foram colhidos, em média, 3.294 frutos por planta. O peso médio dos frutos  de foi de 17,46 g e o peso  total de  38,12 kg.